terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

A chegada

Quando cheguei à residência, esperei uns 15min por uma personagem apressada que tinha bastantes dificuldades em falar inglês.

A Zá foi embora nessa altura com o namorado com quem tencionava casar e razão pela qual tencionava sair da Alemanha para viver na Turquia, apesar das suas origens turcas, por si.

As palavras do senhor, responsavel por receber alunos turcos, vinham sempre de um posso muito profundo, a cerca de 1000metros da tentativa de me dar as principais informações e tratar da papelada inicial.
Depois dos aspectos mais burucráticos conduziu-me até ao quarto. A minha colega de quarto estava a dormir quando ele bateu à porta, coitada! Pudera, ainda o sol das 10 da manhã de domingo esfregava os olhos!
Quando me viu não me deu muita importância, mas depois de uns segundos começou à procura de um objectivo e acabei por entrar na sua mira. Depois de dar um jeito ao quarto, começamos a falar e disse-me que tinha sido bom encontrar-me, porque assim podia praticar o inglês

A Arzu, como se chama, tem 21 anos e bom aspecto, estuda arquitectura, deixa o quarto sempre arrumado e não cheira mal .

Também tenho tido sempre tudo arrumado. O quarto é pequeno e não tenho muito espaço para alojar roupa, sapatos, livros, utilidades, mala, alguma comida e loiça básica.

A minha cama é um beliche. Tenho sempre a sensação que vou cair quando subo e desço as escadas, mas uma vez lá em cima é bom, porque me sinto sozinha e acabo por ter, de uma forma pouco ortodoxa, o meu próprio espaço.

Depois de transferir todos os bens que trouxe comigo (incluindo as all star brancas que comprei no verão do meu 10º ano, com o dinheiro do meu primeiro emprego, já rotas, porcas, podres, descoladas e mesmo assim, ainda que dubitavelmente, maravilhosas) a Arzu ofereceu-se para me encaminhar até à zona comercial moderna aqui do sítio.

Tive sorte. A faculdade fica a 2minutos a pé e sou vizinha do Ikea, bem como do Kipa, que é um supermercado tipo jumbo ou continente, só que mais sujo. Tanto o Ikea como o Kipa ficam numa area de lojas do género do campera, só que maior, colada à residencia.





A primeira coisa que fizemos foi levantar dinheiro. Levantei 160LT, a pensar: "Ora bem, vou levantar aqui uns 30 contos para poupar no cambio". De seguida fomos tentar comprar um cartão telefónico, mas acabei por sair da loja sem nada, porque como virão que era estranjeira queriam que comprasse um cartao que custava 50LT com não sei quantos bonus.

O verdadeiro problema é que a Mariana se esqueceu de ver a taxa de câmbio, por isso nao fazia a mínima ideia quanto é que ia dar pelo cartão e resolvi esperar até perceber quanto valia o meu dinheiro aqui.

Nessa altura a Arzu foi embora, porque já tinha coisas combinadas e eu fiquei ali entregue à bicharada turca, meio perdida, meio prestes a perder-me.

Decidi ir ao Ikea comprar tolhas, cabides, um copo, um prato e uma tigela para comer ceriais ao pequeno almoço primeiro. LOOL Quando cheguei lá nem anotar a referência do copo sabia, porque no meio do nome da colecção, do conjunto e da peça, não sabia como se dizia copo. O mesmo para o prato, para os talheres, para a tigela... Enfim não percebia um bacalhau do que estava escrito por todo o lado, não sabia quanto valia o euro, nem quanto tinha levantado! O que é que eu estava ali a fazer se não reunia as condições necessárias para efectuar uma simples compra?

Decidi! Tenho que descobrir a taxa de cambio e é já! Vi uns tipos do Ikea com umas máquinas chamadas computadores normais, perguntei se podiam ir à net e dizer.me o potencial da minha moedinha querida.

"1€ vale 2,1TL ",disse o IkeaSir. E eu, BÁMBORA!! - Tou rica!

Rica não estou, mas pelo menos tenho sempre uma certeza: Nada é mais caro do que em Portugal.

Sem comentários:

Enviar um comentário